OS TIRIYÓ NO QUADRINHO: DA “GUIANA BRASILEIRA” AO IMAGINÁRIO ALEMÃO.
Resumo
O presente texto é um breve estudo sobre a participação Tiriyó no quadrinho alemão “Fix und Foxi[1]”, no qual pretende-se analisar os interesses que motivaram essa presença na revista, assim como também a contribuição do redator para a pesquisa indígena. Influenciado por uma literatura do século XIX, o relato versa entre a imagem exótica da Amazônia e a dura realidade vivenciada pelos indígenas estadunidenses no seu processo de colonização. Sua viagem ao Brasil é o registro de um país em movimento. O avanço da fronteira norte no governo militar, não significou apenas o desejo de integração econômica e social da Amazônia, mas acima de tudo, evidenciou a existência de um cenário hostil imposto aos povos indígenas, que para a implementação de um projeto exclusivamente econômico, haja vista à introdução de empresas na Amazônia e apropriação do território indígena, tenha possibilitado o cerceamento da liberdade devido o realocamento dos grupos étnicos, havendo inclusive a morte daqueles que se manifestaram contra a implantação de estradas federais. Buscando alcançar o intento desta pesquisa, analisamos o texto da revista Fix und Foxi em diálogo com a Antropologia, assim como a utilização de fonte documental produzida na época.
[1] As revistas de n° 44, 45 e 46, usadas para esse artigo, foram traduzidas por Fr. Hermann J. Cürten.
