TOTALIDADE, DIALÉTICA, CAUSALIDADE, CLASSE: PALAVRAS ABOMINÁVEIS NA GENEALOGIA EM NIETZSCHE/FOUCAULT? ANTI-HISTÓRIA GENEALÓGICA E O INEVITÁVEL CONFRONTO COM MARX E SEU LEGADO NO ESTUDO DAS TOTALIDADES HISTÓRICAS E SEUS CONFRONTOS DE CLASSE

  • GERVÁCIO BATISTA ARANHA UFCG
Palavras-chave: Legado Marxista, Totalidade, Classe, Anti-História, Genealogia

Resumo

O trabalho visa demonstrar que a genealogia nos termos de Michel Foucault, apreendida por este último a partir de um mergulho na obra de Friedrich Nietzsche, é um campo alheio ao modo como a maioria dos profissionais da história pensa e pratica a sua disciplina, em particular os que se alinham com a tradição marxista, a qual inclui as contribuições de Marx e Engels na sedimentação do materialismo histórico e seu legado até os dias atuais. Acontece que a genealogia, ao apostar todas as fichas em acontecimentos históricos como meros produtos do acaso e do acidental, sem nexos causais, contextualizações históricas ou relações de força próprias do jogo dialético, se oferece como antípoda de qualquer viés historiográfico crítico. Não à toa, termos ou expressões como dialética, objetidade, totalidade parecem abomináveis a um genealogista. Por conseguinte, as premissas que norteiam o campo genealógico não são capazes de explicar um só tema marcado pela noção de totalidade e contradição, a exemplo de temas como a dominação colonial, as guerras mundiais e o mundo do trabalho em âmbito capitalista, entre outros, todos marcados por profundas contradições sociais.

Biografia do Autor

GERVÁCIO BATISTA ARANHA, UFCG

Doutor em História pela UNICAMP, Professor da Universidade Federal de Campina Grande.

Publicado
2023-02-24