TRANSGRESSÃO DO MATRIMÔNIO: UM ÍNDIO NAS GARRAS DA INQUISIÇÃO PORTUGUESA

  • LUANA SOUTO CAVALCANTI
  • JUCIENE RICARTE APOLINÁRIO
Palavras-chave: inquisição, bigamia, índios

Resumo

O presente artigo tem como objetivo revisitar a Inquisição Portuguesa durante a sua atuação no Brasil Colônia, mais especificamente na Capitania de Pernambuco no início do século XIX, e analisar como esta instituição se comportou perante as possíveis heresias cometidas pelos povos indígenas, desta forma nos debruçamos particularmente sobre o processo inquisitorial do índio Miguel Dias Lopes acusado de bigamia e preso por este crime em 1802 na Vila de Olinda. Sendo assim, também buscamos compreender a percepção do Santo Ofício, sobre o crime/pecado de bigamia, uma vez que, o bígamo, sob a ótica dessa instituição, realizava não só uma transgressão social, mas, sobretudo, religiosa, revelando-se, portanto, um herege, um “suspeito na fé”. Para nortear a nossa pesquisa utilizamos por base as reflexões metodológicas empreendidas por Carlo Ginzburg para análise de documentos inquisitoriais, revisões bibliográficas de autores que trabalham esta temática, revisitação de passagens bíblicas e analise de processo crime inquisitorial pertencente ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) disponibilizados em formato digital no site do referido Arquivo.

Biografia do Autor

LUANA SOUTO CAVALCANTI

Mestranda em História pela a Universidade Federal de Campina Grande

JUCIENE RICARTE APOLINÁRIO

Doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco, Brasil; Professor Associado I da Universidade Federal de Campina Grande, Brasil

Publicado
2022-05-01