CONTEXTOS EXISTENCIAIS E CULTURAIS: A IDENTIDADE ROMANI PELA FILOSOFIA CIGANA

  • ALUÍZIO DE AZEVEDO SILVA JÚNIOR Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
  • INESITA SOARES ARAUJO Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
  • MARIA NATÁLIA PEREIRA RAMOS Universidade Aberta de Lisboa (UAb)
Palavras-chave: ciganos, comunicação e saúde, identidade romani, filosofia cigana, interculturalidade

Resumo

Partindo do Campo da Comunicação & Saúde (C&S) abordamos nesse artigo os arranjos epistemológicos de uma pesquisa de doutorado que enfocou nos processos interculturais e mediações presentes na apropriação das políticas públicas de saúde para ciganos no Brasil e em Portugal e que articulam quatro matrizes: a filosofia cigana, os Estudos semiológicos, os Estudos Culturais e os Estudos Anticoloniais. Especificamente, analisamos os contextos existenciais-culturais, com foco na produção da identidade cigana na perspectiva da filosofia Kalon. Começamos por questionar os processos de invisibilidade e silenciamento, bem como de desigualdade e exclusão sociais, que historicamente foram aplicados contra os povos e pessoas romani. Apresentamos o modo como construímos o diálogo com a filosofía de vida cigana. Na sequência, para dar concretude à filosofía, aprofundamos o olhar para o modo como a produção social da ciganidade, isto é, das identidades ciganas do tronco étnico, ocorrem na fricção entre “kalons e gadjons”, por meio de disputas entre as próprias associações ciganas pelo direito de autonomeação e definição identitária. Por fim, refletimos em especial sobre o modo como as pessoas das comunidades ciganas utilizam as identidades romani como uma “tática coringa” para ocupar melhores lugares de interlocução no mercado simbólico da saúde cigana nos dois países e, consequentemente, combater as estratégias opressoras e excludentes.

Biografia do Autor

ALUÍZIO DE AZEVEDO SILVA JÚNIOR, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Dr. Laboratório de Comunicação e Saúde (LACES) do Instituto de Informação e Comunicação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

INESITA SOARES ARAUJO, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Dra. Laboratório de Comunicação e Saúde (LACES) do Instituto de Informação e Comunicação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

MARIA NATÁLIA PEREIRA RAMOS, Universidade Aberta de Lisboa (UAb)

Dra. Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI) da Universidade Aberta de Lisboa (UAb)

Publicado
2023-05-06